Amor pós-moderno
Todo mundo já deve ter percebido que o amor romântico conforme os romancistas retrataram no século XIX não existe mais. Também, depois de tantos avanços tecnológicos o comportamento da sociedade não poderia continuar da mesma maneira. O individualismo exacerbado, a cultura do hedonismo (prazer pelo prazer), o egoísmo radical e o delírio consumista instalados na sociedade hoje, fizeram com que as relações se tornassem mais frágeis. Seja numa amizade ou relação amorosa, são os interesses pessoais quem predominam. A ética do sacrifício já não convence mais, o famoso ceder.
As pessoas estão cada vez mais voltadas a satisfazerem seus desejos como, por exemplo, uma vida sexual intensa ou uso demasiado de drogas. O aqui e agora é o que importa, deixando de lado suas consequências a longo prazo. Pode-se muitas vezes confundir prazer com felicidade. Amor próprio nunca foi tão importante como hoje. Não há espaço para sofrer por uma relação amorosa que não deu certo. Estar vulnerável é visto como fraqueza, quase um crime. E se sofrem é em silêncio, em casa, para que ninguém veja o quão estão pra baixo. As pessoas tem pressa em serem bem resolvidas, de estarem belas a todo o momento, em parecerem atraentes, invejáveis, ter uma carreira estável, acumular bens. É uma incansável urgência pra tudo. Quer-se abraçar o mundo com os próprios braços.
Conhecer gente nova realmente é muito prático. Seja através de um amigo em comum ou alguém que você beijou na balada e nem conhece, e até mesmo depois daquela curtida na foto do perfil do sujeito. O papo finalmente se inicia. Trocam números, conversam incansavelmente por dias. Falam de gostos musicais e aspirações de vida, se encontram e ficam outra vez, e outra se ainda for conveniente, até que o assunto já não é tão natural e interessante como antes. Percebe-se os defeitos, as limitações do outro. O instantâneo interesse começa a diminuir. Falam-se cada vez menos até que vontade passa ou surge alguém mais interessante. E o ciclo se reinicia.
Já não há mais tempo e muito menos disposição em conhecer a fundo a outra pessoa, aceitar os defeitos do outro para que talvez se construa uma relação durável é algo raríssimo! Inúmeras possibilidades, várias pessoas. Criar vínculos cansa, é velho e datado. Há também quem prefira não passar das relações a curto prazo, por falta de paciência ou talvez uma espécie de autodefesa, por medo de sofrerem desilusões amorosas outra vez. Já que decepcionar-se nesta área da vida sentimental virou algo comum.
E mesmo assim, quando se vence todos os obstáculos de relacionamentos não duradouros, o desafio é e continua sendo fortalecer e nutrir a relação a dois. É lutar contra o esfriamento da relação, contra a incerteza de ser deixado. Não se pode esquecer a tendência recíproca de bajulação dos que se amam, ou seja, inflar o ego do parceiro para que ele se sinta único. E nem permitir que a sua autoestima dependa do que se ouve e muito menos dar importância para pessoas que não respeitam a relação alheia (ciúmes).
O objetivo do texto não é julgar e apontar erros e sim, levar seus leitores a refletirem sobre suas relações interpessoais e de certa forma melhorá-las. Seja o que busca.
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Quem me conhece sabe que eu adoro esse tipo de interação. Por falar nisso um beijo pras manas do Goticxmoon!
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Beijinhos da MamaBru e até a semana que vem!